12 de dez. de 2009

Xokxop Pet

Está em fase de edição o filme de Isael Maxakali, intitulado "Xokxop Pet", que numa tradução literal quer dizer "A casa dos animais". Assim como o de Zezinho Maxakali, "Xokxop Penãhã" (Pajé Filmes, 2009), o filme de Isael também foi filmado no Zoológico de Belo Horizonte. Seu foco foi retratar os animais que fazem parte de um ritual que há muito tempo não se realiza na aldeia maxakali. Em frente os cativeiros, Isael, Voninho (aprendiz de pajé), e outros maxakalis, cantam os yãmîy (cantos sagrados) em homenagem aos bichos.
"Xokxop Pet" é um ensaio para um projeto maior cujos recursos serão buscados em edital público.

23 de nov. de 2009

Eisenstein: a existência dupla simultânea de duas imagens e os Bororo

"Não importa quão estranho e incomum isto possa parecer, é porém possível citar, a partir da prática artística, várias instâncias que soariam iguais, quase palavra por palavra, à idéia dos Bororo sobre a existência dupla simultânea de duas imagens completamente isoladas e diferentes e, porém, reais."
(Eisenstein, "A forma do filme: novos problemas" - A forma do filme)

22 de out. de 2009

Pajé Filmes é "batizada" por Ibã Kaxinawá


A Pajé Filmes recebeu ontem a ilustre presença de Isaias Sales Ibã. Ibã, da etnia Huni Kui (Kaxinawá) do Acre, veio a Belo Horizonte para participar de um evento de pesquisa do Literaterras. Aproveitando a ocasião, o convidamos para conhecer a Pajé Filmes. Seu filme "Huni Meka - os cantos do cipó" foi exibido na I Mostra Pajé de Filmes Indígenas.
Ibã é parte de uma linhagem de cantores da tradição kaxinawá (seu avô e seu pai eram cantores e agora ele mesmo transmite a seus filhos a força do canto). E foi pelo canto que ele prestou uma homenagem à Pajé. Numa espécie de batizado para nós, Ibã, que disse se sentir em casa em nosso espaço, cantou "Nîhêwã Puskenê", que quer dizer "a floresta estremece", cuja letra é: "árvore grande/com folhas novas/vem um vento forte/leva as folhas velhas, secas/deixa as folhas novas".

Para assistir ao vídeo com o canto de Ibã na Pajé, acesse o link:
http://www.youtube.com/watch?v=u5jtSWtnqv0

16 de out. de 2009

ALDEIA GLOBAL

"Vivemos uma época propícia para esse tipo de trânsito entre os sentidos, de certa forma, uma religação dos sentidos do homem. Não no sentido religioso, mas no sentido pagão mesmo. Uma comunidade indígena não diferencia linguagens como nós fazemos. Lá a música está sempre ligada à dança, ao culto, enfim, não há separação entre arte e vida. Essa distinção foi criada pelo homem civilizado ao longo da história e, de certa forma, a modernidade resgata um pouco desse espírito tribal, de aldeia. Imagino que seja este um dos sentidos a ser atribuído hoje à expressão 'aldeia global', de McLuhan."
Arnaldo Antunes em entrevista ao Boletim UFMG de 05/10/09.

Programa Rede Mídia da TV Minas - O audiovisual indígena - 15/10/09




15 de out. de 2009

Programa Rede Mídia da TV Minas sobre o cinema indígena


Vai ao ar hoje às 22 hs o programa Rede Mídia da TV Minas sobre o cinema produzido por índios. Com participação de Glayson Caxixó (diretor de "Casca do Chão"), Rubem Caixeta (antropólogo da UFMG) e Rafael Fares (da Pajé Filmes), o programa foca a produção atual dos índios e menciona a Mostra Pajé de Filmes Indígenas. Exibe também matérias com a Profa. Maria Inês de Almeida (do Literaterras/UFMG), Charles Bicalho (da Pajé) e trechos dos filmes produzidos por índios mineiros.
O Rede Mídia tem reprise no domingo às 20:30 hs.
Confiram versão para internet do programa:
http://www.youtube.com/watch?v=pJ4TfCdAx8I

8 de out. de 2009

Exibição de "Presente dos Antigos" na TV Minas


Temos o prazer de divulgar a exibição do filme "Presente dos Antigos" (2009), realizado com o povo Xacriabá e dirigido por Ranisson Xacriabá. A realização foi coordenada por Rafael Fares em parceria com Pedro Portella através do programa DocTv.
O filme, que mostra a revitalização da cultura Xacriabá com base nas pinturas rupestres encontradas nas cavernas do Vale do Peruaçu, será exibido às 23 hs no dia 8 de outubro na Rede Minas. E para outros estados, ver abaixo link da Rede Minas:
http://www.redeminas.tv/Cmi/Pagina.aspx?464.

1 de out. de 2009

O Brasil e a Mostra Pajé - Por Marcos Henrique Coelho


Se qualquer um de nós for ao Museu de Biologia (ou História Natural?) de Nova Iorque e, ao encontrar lá uma folhinha qualquer, oriunda de uma floresta da "cazaquismênia", por exemplo, poderemos ficar orgulhosos ao constatar que seu nome científico estará grafado em latim. Pode haver ainda, junto a ele, o "nome popular" em hebraico, inglês, espanhol, "slavo" ou português, mas o nome "científico", este estará escrito em latim.
Se considerarmos que a marca mais forte do processo de colonização é a substituição e a imposição da língua do colonizador ao colonizado, devemos ficar orgulhosos, porque tal grafia em latim significa que o colonizador "neogermânico" não levou a cabo o processo de colonização dos povos "latinos", ao contrário do que é comumente divulgado por aí.
No último dia da Mostra Pajé de Filmes Indígenas tivemos o prazer de receber no escritório da Pajé Filmes o simpático casal Sueli e Isael Maxakali, conversando entre si em sua língua nativa. Confesso que fiquei prestando atenção naquela cena, tomado de satisfação e alegria, porque se consolidou minha convicção de que os "povos da floresta" – apenas para pegar carona na sábia expressão de Djalma Caxixó, Cacique desta etnia mineira – , que também nos representam enquanto brasileiros, jamais verão plenamente concretizado o seu processo de colonização.
É isto! Que se repercuta a diretriz para que os "povos da floresta" jamais abandonem sua língua original, além de outras tradições, é claro.
Para mim, continua a constituir-se um misto de mistério e estranheza, a expressão pictórica e iconográfica destes povos. Ao assistir seus filmes, começo a perceber que eles interferem e alteram contundentemente o conceito "clássico", porque de origem e estrutura aristotélicas, de representação da realidade que adotamos para nossa (não indígena, "ocidental") expressão audiovisual.
Bem, este é apenas o início ambíguo do caminho, no universo de várias especulações que podem surgir a partir deste contato um pouco mais aprofundado com as experiências audiovisuais dos "povos da floresta" e sua expressão imagética. Muita água ainda vai passar debaixo dessa ponte... Há mais perguntas do que repostas, certamente.
Após ajudar a organizar a 1ª Mostra Pajé de Filmes Indígenas, sou obrigado a me perguntar: "Afinal, onde fica esse tal Brasil, do qual todos nos orgulhamos durante os discursos-inflamados e as Copas do Mundo? Onde fica esse Brasil, do qual todos nós nos orgulhamos e que trata tão preconceituosamente os habitantes originais de sua terra?"
Cabe gastar tempo para pensar no assunto.

Belo Horizonte, setembro de 2009

21 de set. de 2009

Mostra Pajé no Estado de Minas



Acesse o link para ler a notícia no site:
http://www.new.divirta-se.uai.com.br/html/sessao_8/2009/09/16/ficha_cinema/id_sessao=8&id_noticia=15590/ficha_cinema.shtml

19 de set. de 2009

Mostra Pajé - Terceiro dia



O último dia da Mostra Pajé contou com a presença de Isael Maxakali e sua esposa, Sueli Maxakali. Os dois estariam presentes no primeiro dia da Mostra, para apresentar o filme "Tatakox", realização de Isael sobre o espírito da lagarta. Contratempos porém não permitiram que os dois se deslocassem da aldeia a tempo. Para quem acompanhou a Mostra desde o primeiro dia no entanto, pouca diferença fez. Isael contou como foi a filmagem do ritual no filme, além de anunciar planos para a realização de uma nova obra. Para finalizar, o casal cantou para a audiência.
Em seguida tivemos a exbição dos últimos filmes da Mostra: "A Caçada", uma animação de Itamar Krenak; "O Sonho do Pajé", produção coletiva dos alunos do PIEI-MG, e "Serras da Desordem", de Andrea Tonacci, que fechou a Mostra com chave de ouro.
Veja participação de Sueli e Isael Maxakali acessando o link http://www.youtube.com/watch?v=9hvErfmLF2s

18 de set. de 2009

Mostra Pajé - Segundo dia



O segundo dia da Mostra Pajé contou com a participação de Glaysson Caxixó (na foto logo acima), um dos realizadores de "Casca do Chão", o segundo filme a ser exibido. Glaysson contou como foi a experiência de filmar os fragmentos da cultura do povo Caxixó apresentados pelo cacique Djalma.
O primeiro filme do dia foi "Huni Meka, os Cantos do Cipó". E, fechando a sessão, foi a vez de "500 Almas", belo filme de Joel Pizzini sobre os Guató do Mato Grosso do Sul.
Nesta sexta-feira, último dia da Mostra, teremos a exibição de três filmes: a animação "A Caçada", de Itamar Krenak; a ficção "O Sonho do Pajé", obra coletiva das etnias mineiras Maxakali, Krenak, Xacriabá, Pataxó e Xukuru-Kariri; e "Serras da Desordem", do cineasta Andrea Tonacci, filme que embaralha gêneros para contar uma história impressionante.

17 de set. de 2009

Mostra Pajé - Primeiro dia



Com público aproximado de 50 espectadores, começou ontem a Mostra Pajé de Filmes Indígenas no Auditório da Escola de Belas Artes da UFMG. Pontualmente às 16 horas teve início a primeira sessão da Mostra, que continua hoje e segue até amanhã, sempre às 16 hs.
O filme que abriu a Mostra foi "Tatakox", de Isael Maxakali. Na sequência foi exibido "O Presente dos Antigos", de Ranisson e José dos Reis Xacriabá. Pedro Portela, que participou desta produção, esteve presente e comentou o filme. Pedro falou também sobre "Xina Bena - Novos Tempos", de Zezinho Yube, o terceiro a ser exibido ontem.
A Mostra continua hoje com a exibição de "Huni Meka, os Cantos do Cipó", de Josias Mana e Tadeu Siã; "Casca do Chão", de Glaysson (que estará presente para comentar) e Jacyara Caxixó; e "500 Almas", de Joel Pizzini, que gentilmente cedeu o filme para a Mostra Pajé.
Amanhã, sexta-feira, a Mostra continua com a exibição de mais três filmes: "A Caçada", de Itamar Krenak, "O Sonho do Pajé" (direção coletiva) e "Serras da Desordem", de Andrea Tonacci, que também apoia a Mostra, tendo cedido gentilmente seu filme para exibição.

24 de ago. de 2009

Programação da Mostra Pajé de Filmes Indígenas

Finalizadas as postagens com o resumo de cada um dos nove filmes selecionados para a Mostra Pajé de Filmes Indígenas, confirmamos a data, o horário e o local da Mostra. Ela acontecerá nos dias 16, 17 e 18 de setembro, às 16 horas, no Auditório da Escola de Belas Artes da UFMG, no Campus Pampulha, av. Antônio Carlos, 6627.

Ficou então assim a programação da Mostra Pajé:

Dia 16/09 - Quarta-feira
Tatakox, de Isael Maxakali
Presente dos Antigos, de Ranisson Xacriabá e José dos Reis Xacriabá
Xina Bena - Novos Tempos, de Zezinho Yube

Dia 17/09 - Quinta-feira
Huni Meka, os Cantos do Cipó, de Josias Mana e Tadeu Siã
Casca do Chão, de Glaysson Caxixó e Jacyara Caxixó
500 Almas, de Joel Pizzini

Dia 18/09 - Sexta-feira
A Caçada, de Itamar Krenak
O Sonho do Pajé, dos alunos das etnias Xacriabá, Krenak, Maxakali, Pataxó e Xukuru-Kariri nas oficinas de Múltiplas Linguagens do PIEI-MG
Serras da Desordem, de Andrea Tonacci

Em breve postaremos aqui a nova versão do cartaz, com os dados atualizados.

17 de ago. de 2009

O SONHO DO PAJÉ



“O Sonho do Pajé” (Fic., MG, 16’20”, 2008) - Alunos das etnias Xacriabá, Krenak, Maxakali, Pataxó e Xukuru-Kariri nas oficinas de Múltiplas Linguagens do PIEI-MG.

Filme realizado pelos alunos do Curso Normal Indígena do Programa de Implantação das Escolas Indígenas de Minas Gerais (PIEI-MG), sob os auspícios da Pajé Filmes, “O Sonho do Pajé” é uma releitura crítica e bem humorada da descoberta da América pelos europeus. Estes chegam ao litoral na figura de uma mulher espalhafatosa e seus dois capangas. Porém, a recepção que os índios oferecem a eles será um pouco diferente daquela que se costuma ouvir nas aulas de História.

A CAÇADA



“A Caçada” (Animação, MG, 02’20”, 2009) - Itamar Krenak

Itamar Krenak é aluno do Curso de Formação Intercultural para Educadores Indígenas (FIEI) da UFMG. Desenhista, foi no Laboratório de Múltiplas Linguagens do FIEI que Itamar desenvolveu esta animação que ilustra um dia de caçada na aldeia Krenak. Mais uma produção do Literaterras.

13 de ago. de 2009

HUNI MEKA, OS CANTOS DO CIPÓ



“Huni Meka, os Cantos do Cipó” (Doc., AC, 25’15”, 2006) - Josias Mana e Tadeu Siã - Hunikui (Kaxinawá) - Vídeo nas Aldeias

Uma conversa sobre cipó (aiauasca), “miração” e cantos. A partir de uma pesquisa do professor Isaias Sales Ibã sobre os cantos do povo Hunikui, os índios resolvem reunir os mais velhos para gravar um CD e publicar um livro.

XINA BENA - NOVOS TEMPOS



"Xina Bena – Novos Tempos" (Doc., AC, 52', 2006) – Zezinho Yube - Hunikui (Kaxinawá) – Vídeo nas Aldeias

O dia-a-dia da aldeia Hunikui de São Joaquim, no rio Jordão no estado do Acre. Augustinho, pajé e patriarca da aldeia, sua mulher e seu sogro, relembram o cativeiro nos seringais e festejam os novos tempos. Agora, com uma terra demarcada, eles podem voltar a ensinar as suas tradições para seus filhos e netos.

TATAKOX



“Tatakox” (Doc., MG, 23’, 2007) – Isael Maxakali

“Tatakox” (em língua Maxakali se diz algo como “tatacui”) é o espírito da lagarta. Este documentário Maxakali, ganhador de prêmio no Forumdoc.bh.2008, foca um importante ritual de iniciação indígena, quando os meninos da aldeia são levados para a "Casa de Religião" e são submetidos a um curso intensivo sobre sua cultura tradicional.

"Na nossa Aldeia Verde tem casa de nossos rituais e nossa comunidade sempre faz ritual na Aldeia Verde. Eu fiz um filme de 'Tatakox' para mostrar para nossas escolas indígenas. Quando o Tatakox vem e traz espírito de nossas crianças mortas para as mães. A mãe vai lembrar o filho e chorar. O Tatakox vai passando pelas mães e depois vai levar o espírito para a casa de ritual. Depois ele volta para pegar os meninos que têm 6 anos. Leva para a casa de ritual e eles ficam lá por 30 dias. E as mães mandam comida para eles. Os pais levam a comida para seus filhos. Os rituais ensinam e os pajés também. No começo eu não sabia filmar, mas teve uma oficina em Belo Horizonte. Foram os parentes Xavante que ensinaram. Participaram seis pessoas: Alípio, Tuilá, Carlo Alexandre, Gilberto, Rafael e Isael. Por isso eu aprendi. Mas quando ia ter o ritual eu não podia filmar pertinho porque os pajés não deixam. Mas eu já sabia porque os parentes explicaram muito bem."
Texto de Isael para a revista Tabebuia/IPÊ, 2009, p. 48.

11 de ago. de 2009

CASCA DO CHÃO



“Casca do chão” (Doc., MG, 48’, 2008) – Glaysson Caxixó e Jacyara Caxixó

Filme produzido durantes as oficinas de cinema do Curso de Formação Intercultural de Educadores Indígenas (FIEI) da UFMG, “Casca do Chão” (uma produção do Grupo Transdisciplinar de Pesquisas Literaterras) acompanha alguns dias na vida do cacique Djalma Caxixó, que mostra lugares e fragmentos de seus ancestrais, chamados por ele de “povo da morada do chão”. Nas andanças promovidas pelo ancião, os dois jovens cineastas aprendem também o verdadeiro significado do “encantamento” que, ao contrário da “filmação”, só é captado na escuridão da Lapa, sob o domínio de Jaci, o Deus Caxixó.

6 de ago. de 2009

SERRAS DA DESORDEM



“Serras da desordem” (Doc., SP, 135’, 2006) - Andrea Tonacci

Carapiru, da tribo Awá Guajá (do Maranhão), sobrevive a um massacre perpetrado por jagunços contratados por fazendeiros na Amazônia em 1978. Tendo a família dizimada, Carapiru vaga sozinho pelo interior do Brasil durante 10 anos. Em 1998 é descoberto pelo Incra e pela Funai num lugarejo da Bahia, vivendo com uma família não-índia. A partir daí segue-se ainda uma verdadeira saga.
Embaralhando o documentário com a ficção, "Serras da Desordem" tem encenações, em que os próprios Carapiru e Sidney Possuelo, pessoas reais da história, interpretam seus próprios personagens no filme. Matérias telejornalísticas, ficções, documentários e entrevistas, além de dramatizações, compõem o mosaico de Tonacci para contar essa história incrível.

3 de ago. de 2009

500 ALMAS



“500 almas” (Doc., SP, 103’21”, 2007) - Joel Pizzini

Um documentário etnopoético que reflete a presença e ausência de memória a partir da cultura milenar dos índios Guató, habitantes do pantanal brasileiro. Considerados extintos na década de sessenta, os Guató foram redescobertos por uma freira salesiana, reconhecidos oficialmente na década de oitenta e hoje lutam pela preservação e recuperação de sua identidade. Ao retratar os últimos falantes do idioma guató, o filme refaz a genealogia da tribo, evidenciando os principais conflitos e paradoxos da cultura desde os primeiros contatos com os viajantes europeus.
Para recriar o universo mítico e existencial dos chamados índios canoeiros, o documentário recorre à ficção, inserindo trechos filmados da peça Controvérsia, de Jean-Claude Carrière, montada pelo ator/diretor Paulo José, que também representa todos os papéis da reconstituição de um julgamento de um líder guató assassinado.

29 de jul. de 2009

PRESENTE DOS ANTIGOS



“Presente dos Antigos” (Doc., MG, 52’, 2009) - Ranisson Xacriabá e José dos Reis Xacriabá

A busca por um traço, um lastro, um rastro ancestral. Depois de muitas “guerras”, conflitos por posse de terra na região e grandes perdas em relação a práticas tradicionais, os Xacriabá revitalizam, pelas imagens, sua cultura. E, em especial, a pintura corporal. Vivenciando e registrando o que foi deixado desenhado pelos antepassados nas cavernas, eles absorvem o processo de realização de um filme, durante as oficinas de cinema documentário, ao mesmo tempo em que reforçam sua construção identitária.

16 de jul. de 2009

Selecionados da Mostra Pajé de Filmes Indígenas - Espíritos da Imagem



Lista dos filmes participantes da Mostra Pajé:

"A Caçada" (MG, 2009) - Itamar Krenak
“500 Almas” (SP, 2007) - Joel Pizzini
“Casca do Chão” (MG, 2008) - Gleisson Kaxixó e Jaciara Kaxixó
“Huni Meka, os Cantos do Cipó” (AC, 2008) - Josias Mana e Tadeu Siã (Hunikui)
"O Sonho do Pajé" (MG, 2008) - Alunos das oficinas de Múltiplas Linguagens do PIEI-MG
“Presente dos Antigos” (MG, 2009) - Ranisson Xacriabá e José dos Reis Xacriabá
“Serras da Desordem” (SP, 2006) - Andrea Tonacci
“Tatakox” (MG, 2008) - Isael Maxakali
“Xina Bena - Novos Tempos” (AC, 2005) - Zezinho Yube Kaxinawa

Maiores detalhes quanto à programação em breve.

5 de jul. de 2009

Mostra Pajé de Filmes Indígenas




A Pajé Filmes, em parceria com o Grupo Transdisciplinar de Pesquisas Literaterras da UFMG, promove a Mostra Pajé de Filmes Indígenas - Espíritos da Imagem.
A Mostra Pajé tem o objetivo de trazer ao espectador o universo imagético que envolve o indígena. Filmes que se constituem numa interseção entre culturas diferentes, de forma antropofágica. Enfim, a Mostra Pajé pergunta: quais imagens do índio o cinema veicula?

Em breve divulgaremos a nossa programação.
Aguardem.

25 de mar. de 2009

"Xokxop penãhã" é notícia no Cedefes

Filme de Zezinho Maxakali vira notícia no site do Cedefes - Centro de Documentação Eloy Ferreira da Silva. Confira no link:
http://www.cedefes.org.br/new/index.php?conteudo=materias/index&secao=1&tema=&materia=5409

19 de jan. de 2009

Magia e Tecnologia

"Qualquer tecnologia suficientemente avançada é indistinguível da magia"
Arthur C. Clarke

18 de jan. de 2009

XOKXOP PENÃHÃ



A Pajé Filmes inicia o ano de 2009 realizando uma obra de significado especial. Zezinho Maxakali, que já havia perdido o olho esquerdo, nos últimos anos desenvolveu catarata no olho restante. Em estágio avançado, o problema já não lhe permitia enxergar mais.
No último dia 14, Zezinho veio a Belo Horizonte para a realização de uma cirurgia através do SUS que lhe possibilitaria voltar a enxergar. Para comemorar o sucesso da operação, ele manifestou o desejo de filmar algo para mostrar às crianças e parentes quando voltasse à aldeia.
Zezinho contou que em 1973 visitou pela primeira vez o Jardim Zoológico de Belo Horizonte. Cego, lembrava-se dos animais e achava que nunca mais os veria. Quando perguntado sobre o que gostaria de filmar para mostrar na aldeia, o escolhido
foi o zoológico .
No filme, falado em Maxakali, Zezinho apresenta o Jardim Japonês, fala da onça pintada, do elefante, da girafa, de cobras e jacarés. Além do gorila Idi Amim.
O filme de Zezinho, intitulado "Xokxop Penãhã" (que em Português daria algo como "Ver os Animais" ou "Olhar os bichos") é uma comemoração do ato de ver.
Clique no link para assistir trailer do filme: http://www.youtube.com/watch?v=6I1sm7Ijk7E